Álvaro Luiz o plantador de
Alface.
Nessa vida temos a certeza de que o nosso ponto de vista este sempre
certo, principalmente quando impomos o nosso ponto de vista sobre o outro. O
outro sempre é o culpado, o desgraçado o vagabundo o drogado
o bêbado o pervertido e tudo o que podemos lhe classificar. Quase
nunca olhamos para nós mesmo com esses adjetivos. E assim é
mais fácil condenarmos o outro e se livrar de
nossos próprios defeitos. É uma verdade que sabemos talvez desde
sempre, mas nunca temos coragem de exerce.
Eu conheci Álvaro Luís o plantador de alface que esfregou em minha cara
essa verdade.
A alface que ele planta é um delicia muito bem cultivado, orgânico.
Todos no bairro compram alface dele, e foi assim por doze
anos. Comprávamos a alface dele, e Álvaro Luís
sempre simpático e gentil passava por nossas ruas e casas e depois se
ia para a sua chácara plantar mais alface.
Até que em dado momento, Álvaro Luís não apareceu numa semana depois na
outra e na seguinte. E claro como todos nós que o conhecíamos há muito tempo a
preocupação nos tomou e inevitavelmente montamos uma equipe. Dirigimos-nos até
a sua chácara. Especulamos que talvez ele tivesse viajado.
Talvez doente. Mas o que pretendíamos mesmo era ter uma
resposta.
E lá fomos os três para a chácara.
Era uma chácara bem cuidada a 17 quilômetros distante
da cidade. E para surpresas nossa a casa da chácara era na verdade uma
mansão. Piscina cercada de churrasqueira e jardim paisagístico. E numa garagem
quatro carros importados e duas motos. Achamos ter entrado numa chácara errada.
E foi quando encontramos a plantação de alface e a velha Kombi que Álvaro Luís
nos entregava as alfaces. E nos perguntamos como era possível todo
aquele luxo somente com alface?
Então vimos Álvaro Luís se aproximar. Vestia-se muito bem, roupa
de grife. Anel de ouro, colar de ouro, Cabelo bem cortado. Álvaro Luís
então sorriu, e nos convidou a entrar em sua mansão.
-Estávamos preocupados com você. Mas pelo que vejo aqui, não há
muito que se preocupar. - Eu disse muito puto com aquela situação toda.
- E eu agradeço essa amizade. Essa preocupação. - disse Álvaro Luís.
- Mas porque esse luxo todo. E as alfaces? - Eu não me contive e
perguntei.
- Ah! É uma historia muito interessante. Por favor, fiquem para o almoço
que eu lhes contarei tudo. Agora posso confiar em vocês. Já que se
preocuparam com o Álvaro Luís.
- Mas você não é Álvaro Luís.
- Sim e não. Meu caro Melquis!
Bem diante daquele enigma aceitamos almoçar. Então alguns empregados
apareceram e começaram a preparar o almoço. E nos deslumbrados com a mansão, íamos
vendo as obras de arte. Móveis caros.
Enquanto Álvaro Luís contava a sua história.
Cantor popular na década de setenta, ganhou dinheiro muito dinheiro com
canções melodiosas e shows intermináveis. Tinha o
nome artístico de Eloy Matos. Quem nunca ouviu uma canção brega dele!
E ao invés de gastar dinheiro com mulheres e drogas. Investiu
em construção civil, ações e montou um império. Tudo bem! Podíamos ver
isso. Mas...
- E as alfaces! - eu perguntei.
- As alfaces! Bem, eu sempre quis vender alfaces. É algo que me dá
prazer.
- Simplesmente isso!- perguntou o outro que estava com nós.
- Parece pouco. Mas
quando fazemos o que gostamos mesmo que seja simplesmente vender alface,
tudo mais o que viermos a fazer, não tenha duvida, faremos com
maior prazer.
Calamos-nos. Almoçamos e passamos a tarde relembrando antigos sucessos
de Eloy Matos ou Álvaro Luís. E como nos pediu, não
ficamos espalhando pelo mundo a sua vida. Contamos
apenas para as nossas famílias e amigos e esses as seus amigos e
familiares. E continuamos a comprar alfaces de Álvaro Luís. Até que um dia uma
reportagem desses programas de tv popular descobriu Eloy Matos. Foi um fuzuê
danado. A nossa rua ficou cheia de fãs e nunca mais comemos aquelas deliciosas
alfaces. Álvaro Luís se mudou para algum lugar onde deve estar vendendo alface.
Tomara que ele não tenha perdido esse prazer de vender Alfaces e espero que
nos perdoei.
Mas valeu a lição de que se deve fazer o que se gosta nem que seja por
prazer e simplesmente manter o prazer do outro em segredo.
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